quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Recordar é viver!

O mês está nostálgico para nós do Ciência Informativa. Foi um ano de muito trabalho, muitas conquistas, muitos temas! Tivemos colaboradores, realizamos palestras, tivemos inúmeras reuniões, trocamos incontáveis e-mails e o mais importante: fizemos novos amigos, vocês, nossos queridos leitores!
Como recordar é viver, vamos relembrar alguns momentos do nosso blog! A começar pela inauguração, junto com o Workshop de Biossegurança e Responsabilidade na Pesquisa da ASM.
Workshop de Biossegurança e Responsabilidade na Pesquisa (ASM) seguido do lançamento do blog Ciência Informativa.

Dentre os diversos temas abordados, o texto Florestas são importantes apenaspara evitar racionamento?” da Patricia Sujii repercutiu grandemente, refletindo a importância e atualidade do tema. A crise hídrica tem afetado muitas cidades e tornou-se motivo de preocupação para empresas e cidadãos. Outro texto, da colaboradora Bruna Durante, chamou muita atenção por abordar Bactérias como fertilizantes naturais de plantas, um assunto que gera interesse na população, uma vez que é uma alternativa aos fertilizantes químicos que podem causar danos ao meio ambiente.
Outro tema, sugestão de um dos nossos leitores e que mostrou-se ser muito atual foi AIDS. Da descoberta da doença à descoberta da origem” de Nathália de Moraes. Uma doença que afetou e afeta muitas pessoas, ainda desperta muita curiosidade. Como pensamos muito na nossa saúde, outro texto que repercutiu grandemente em nosso blog foi Ciência Informativa discute: Mosquistos Transgênicos” de Patricia Sujii. Os números da dengue quebraram recordes esse ano e uma das alternativas de controle para a mesma foi a inserção de mosquistos transgênicos na cidade de Piracicaba.
O Ciência também abordou questões da nossa vida prática, como Alimentação Saudável x Alimentação Sustentável: Qual a diferença?” da Nathália Brancalleão. Fala-se muito sobre esses dois conceitos atualmente e, apesar da aparente similaridade nos conceitos, eles fazem referência a ações muito diferentes. E no texto As novas descobertas da ciência e o Câncer de Pelede Jaqueline Almeida, relembramos a importância do cuidado à exposição ao sol.
Tivemos textos temáticos sobre Comunicação da Nathália de Moraes e, mais recentemente, sobre Comportamento animal e sexualidade da Patricia Sujii. Tivemos ainda, um mês inteiro voltado aos micro-organismos! Em julho, iniciamos nossas publicações também em inglês, visando expandir ainda mais o número de pessoas atingidas pelo nosso blog! E para essa tarefa, ganhamos mais um membro, Thomaz Offrede!
E como não lembrar a entrevista ao TV USP? Ou do nosso primeiro Workshop sobre divulgação científica, que contou com alunos de graduação de diferentes faculdades do país?
Quem escreve aqui é Maria Letícia, responsável pela correção e edição dos textos que a Jack, Nathy, Na e Patricia dedicam-se tanto para escrever. Com o fechamento deste primeiro ano, ficam as expectativas para um novo ano, com novos projetos, novos desafios, novos temas e colaboradores.
Este mês, estamos em festa! Venha comemorar com a gente!!

Abraços,


Equipe Ciência Informativa

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ciência Informativa faz um ano e quem ganha presente é você!

Em um mês, o Ciência Informativa vai fazer um aninho de idade! Para comemorar, vamos lançar nossa nova página na internet (aguardem!!) e vamos presentear nossos queridos leitores! :D
Por isso, nossos mascotes preferidos estão de volta - sortearemos 3 micróbios gigantes, um para cada pessoa!


Para participar é muito fácil, curta a nossa página no facebook e compartilhe a postagem sobre essa promoção (não se esqueça de colocar no modo público).
Anunciaremos os vencedores no dia do nosso aniversário de um ano, 25 de setembro!

Comemore com a gente essa conquista :D

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

BPA e BPS: conheça e saiba seus perigos

         Muitas indústrias aproveitam de palavras e termos científicos difíceis, inapropriados ou sem alguma explicação para vender seus produtos por preços absurdos através de propagandas que prometem “milagres”. Certa vez, eu estava folheando um catálogo de utilidades domésticas como copos, vasilhas, talheres e reparei que alguns produtos estavam com o selo: “Livre de BPA”Pensei comigo: o que é esse “BPA”? Será um corante ou um material específico? Como é de se esperar, no catálogo não havia nenhuma outra informação, mas de certo muitas pessoas – mesmo sem saber o que significa ser “Livre de BPA” – comprariam o produto somente pela propaganda, que sugere alguma vantagem desse produto em relação aos demais. Com a sugestão de um leitor e como a proposta do nosso blog é “traduzir ciência”, essas inquietações me renderam mais um texto! E então, vamos entender o que é BPA e quais os perigos para a nossa saúde?
            O que é o BPA?
 O BPA é uma abreviação para bisfenol A (em inglês: biphenol A) e é um composto químico industrial muito utilizado na fabricação de resinas, vernizes e plásticos do tipo policarbonato. Devido às suas características - transparência e resistência térmica e mecânica- o policarbonato é largamente usado na fabricação de copos infantis, mamadeiras, galões de água e outros utensílios e embalagens de alimentos mais rígidas. Além disso, o BPA também é encontrado no verniz que reveste latas metálicas utilizadas na indústria de alimentos e até mesmo em alguns papéis “termoestáveis” como aqueles que recebemos no caixa eletrônico ou no mercado (figura 1).
Figura 1: exemplo de embalagens, recipientes e papel que podem utilizar BPA em sua composição. 

Qual o problema com o uso do BPA?
Após mais de 40 anos da aprovação do BPA para o uso em recipientes que embalam alimentos, alguns estudos levantaram a possibilidade de que este não seria um composto seguro para a saúde humana. A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez uma reunião com vários especialistas para discutir o assunto e, segundo estudos, o BPA dos plásticos e das resinas consegue se “infiltrar” nos alimentos, principalmente quando são aquecidos junto com a comida (por exemplo, quando aquecemos comida no microondas). Além disso, alguns estudos também sugerem que até mesmo os papéis termoestáveis podem ser uma fonte de contato com o BPA. Um estudo realizado em 2010 concluiu que 93% dos norte-americanos com 6 anos ou mais tinham níveis detectáveis de BPA em seu corpo.
Quais são os riscos para a saúde?
O que o BPA acarreta para a saúde ainda é incerto. Não existem muitos estudos na área, mas algumas pesquisas associaram a exposição ao BPA com mudanças no desenvolvimento de fetos e de recém-nascidos, e nas glândulas mamárias e próstata de roedores. Outros estudos, no entanto, sugerem que o BPA é na verdade rapidamente metabolizado pelo nosso corpo e transformado em uma forma inativa. Apesar de parecerem contraditórios, esses resultados servem como base e orientam para novas pesquisas mais conclusivas na área.
O que se tem feito a respeito?
Por precaução, alguns países como o Brasil proibiram a importação e a fabricação de mamadeiras e copos infantis que contenham BPA em sua composição; no caso dos outros usos e recipientes existe um limite máximo, estabelecido pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), da quantidade de BPA que o produto pode conter. Essa proibição vigora desde 2012 no Brasil e obriga os fabricantes a informarem em suas embalagens a presença de BPA em seus produtos.
Existem alternativas no mercado? O que é um produto “livre de BPA”?
Depois da proibição do uso de plásticos com BPA em muitos países, muitas indústrias (principalmente as de mamadeiras e copos infantis) foram obrigadas a utilizarem produtos “livres de BPA”. O BPS (abreviação de bifenol S) foi uma dessas alternativas, pois acreditava-se que ele seria mais difícil de “infiltrar” nos alimentos, principalmente durante o aquecimento. Porém, estudos do ano passado revelam que na verdade o BPS pode se “infiltrar” nos alimentos e causar sérios danos a saúde, pois ele interrompe o funcionamento normal de uma célula até em concentrações de menos de uma parte por trilhão! O problema ainda se agrava quando pensamos que na proibição do BPS, provavelmente este será substituído por outra substância que também não saberemos ser segura ou não à saúde.
Como infelizmente não podemos ter certeza se um plástico é realmente seguro ou não, vale o “princípio da precaução” - evite aquecer embalagens plásticas, principalmente se estiver em contato com alimentos e bebidas e procure usar potes e embalagens de vidro e cerâmica que são mais seguras e higiênicas também!
Ficou com alguma dúvida ou tem sugestões? Comente na nossa página!

Até a próxima!
Por Nathália de Moraes
nathalia.esalq.bio@gmail.com

*A autora gostaria de agradecer a Pilar Mariani pela revisão técnica do texto

Referências
[1]    National Toxicology Program. (2010). Biphenol A (BPA). Acessado de https://www.niehs.nih.gov/research/supported/assets/docs/a_c/bpa_fact_sheet_508.pdf em julho de 2015.
[2]     ANVISA.(sem data). Bisfenol A. Acessado de http://goo.gl/waofE0 em julho de 2015.
[3]     U.S. Food and Drug Administration. (2014). Bisphenol A (BPA): Use in Food Contact Application. Acessado de  http://www.fda.gov/NewsEvents/PublicHealthFocus/ucm064437.htm em julho de 2015.
[4]    Bilbrey, J. (2014). BPA-Free Plastic Containers May Be Just as Hazardous. Acessado de http://www.scientificamerican.com/article/bpa-free-plastic-containers-may-be-just-as-hazardous/  em julho de 2015.  
[5] Newgent, J. (sem data). Glass vs. Plastic Containers.Acessado de http://www.homefoodsafety.org/refrigerate/glass-vs-plastic-containers em julho de 2015.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Fêmea e macho ao mesmo tempo

    Nessa segunda matéria da série sobre a grande diversidade de comportamentos reprodutivos que existem na natureza, vou falar sobre o hermafroditismo. Um organismo hermafrodita é simplesmente o que possui tanto órgão reprodutor masculino como feminino. Este fato é muito comum na natureza, se excluirmos os insetos da conta, um terço dos animais encontrados no planeta são hermafroditas e essa proporção é ainda maior em plantas! [1]

    Existem muitos estudos sobre as vantagens e desvantagens do hermafroditismo. Uma das vantagens é a economia de energia para encontrar um parceiro reprodutivo. Imagine uma lesma (pequena e lenta) no meio de uma floresta tendo que procurar outra lesma para se reproduzir. Para sorte dela, caso ela não encontre um parceiro, não haverá problemas - as lesmas são hermafroditas! No entanto, elas ainda são capazes de realizar a fecundação cruzada – onde os gametas (óvulo e espermatozoide) são originados de indivíduos distintos – e como naturalmente as lemas produzem os dois tipos de gametas, os dois indivíduos farão papéis de “macho” e “fêmea”.

    A maior parte das espécies de plantas são hermafroditas. Se você observa uma flor e vê as anteras cheios de pólen e no meio deles um filetinho com a ponta diferente, que chamamos de estigma, provavelmente você está observando um organismo hermafrodita (veja a foto abaixo). As plantas não são capazes de se moverem para buscar um parceiro reprodutivo, elas dependem dos polinizadores ou do vento para reprodução sexuada. Desta forma, o hermafroditismo é uma vantagem especialmente grande quando polinizadores não estão disponíveis ou quando a espécie é rara, o que torna ainda mais difícil para o polinizador levar o pólen de uma planta para outra [2].

Flores hermafroditas com destaque para a estrutura reprodutora feminina que 
recebe o pólen (estigma) e para estrutura masculina que produz o pólen (antera).

     Entre os vertebrados, foram descobertos apenas peixes hermafroditas. A espécie
Hypoplectrus nigricans, também conhecida como black hamlet (veja foto abaixo), habita corais próximos à costa da América Central e é hermafrodita [3]. Diferente das lesmas, esse peixe não é capaz de se auto-fecundar, então um indivíduo sozinho não é capaz de se re produzir.

Foto: Burek, Joyce/Frank (fonte: http://www.fishbase.org/)
    Assim como todos os peixes ósseos, o black hamlet realiza fecundação externa. Saiba mais sobre esse tipo de fecundação lendo o box. Na maioria das espécies de peixes, o macho realiza uma dança do acasalamento para estimular a fêmea. Entretanto, a dança dos black hamlets é feita pelo peixe que vai inicialmente fazer “papel de fêmea”, indicando que ela tem óvulos maduros, ou seja, prontos para fecundação. Após esse ritual de "corte nupcial”, ocorrem vários eventos de fertilização em sequência. Em cada evento, um dos peixes libera uma parte de seus óvulos e o outro libera parte dos espermatozóides para formação de ovos. A cada fertilização, os peixes alternam o papel como macho e fêmea e, em geral, os peixes se mantêm com o mesmo parceiro até liberar todos os gametas produzidos.

    Você pode estar se perguntando: se os peixes costumam ficar com o mesmo par até o fim dos eventos de fertilização, por que ter todo esse trabalho de alternar os papéis? A produção de óvulos tem um custo energético muito maior do que a produção de espermatozóides. Por isso, atuar tanto como macho quanto como fêmea garante um gasto de energia mais equilibrado. Então, a alternância de função (macho/fêmea) ao longo do processo de reprodução diminui a chance de algum dos dois trapacear e atuar apenas como doador de espermatozóides, gastando menos energia que seu par.

   
    Todos os casos apresentados aqui são de hermafroditismo simultâneo, o que quer dizer que um indivíduo é macho e fêmea ao mesmo tempo. Existem também hermafroditas sequenciais, que são animais capazes de trocar de sexo ao longo da vida. Quer saber mais sobre quem são esses animais e como isso ocorre? Aguarde a última matéria desta série!



Box
Tipos de fecundação: externa e interna

   A maioria dos peixes produzem ovos para se reproduzir – que é a junção de óvulo + espermatozóide. Esses ovos podem ser formados dentro do corpo da mãe, como é o caso de alguns tubarões, ou na água onde os animais se encontram.
   A fecundação interna ocorre quando o macho introduz os espermatozóides dentro do corpo da fêmea, onde são formados os embriões. Além dos tubarões, diversos animais realizam a fecundação interna, como aves e mamíferos (incluindo nós, humanos). Quando os ovos são formados fora do corpo da mãe, dizemos que ocorre a fecundação externa. Neste caso, macho e fêmeas se encontram e liberam os óvulos e os espermatozóides na água. Os gametas liberados se encontram e formam-se os embriões. Esse tipo de fecundação é observado também em anfíbios, como sapos e pererecas. 

por Patricia Sanae Sujii
sujiips@gmail.com

Referências

[1] Lehtonen, J., Jennions, M. D., & Kokko, H. (2012). The many costs of sex. Trends in ecology & evolution, 27(3), 172-178.

[2] Bawa, K. S., & Beach, J. H. (1981). Evolution of sexual systems in flowering plants. Annals of the Missouri Botanical Garden, 254-274.

[3] Fischer, E. A. (1980). The relationship between mating system and simultaneous hermaphroditism in the coral reef fish, Hypoplectrus nigricans (Serranidae). Animal Behaviour, 28(2), 620-633.


Male and female at the same time
 

    In the second article of the series about the big diversity of reproductive behaviors that exists in nature, I will talk about hermaphroditism. A hermaphrodite individual is simply the one that has both male and female reproductive organs. This is a very common fact in nature – if we do not count insects, one third of the animals found on Earth are hermaphrodites, and this rate is even higher in plants! [1]

    There are many studies about the advantages and the disadvantages of hermaphroditism. One of the advantages is the energy saving when looking for a reproductive partner. Imagine a slug (small and slow) in the middle of a forest searching for another slug to be able to reproduce. Lucky for the slug, if it does not find a partner, there will be no problem – slugs are hermaphrodites! However, they are still able to make cross-fertilization – when the gametes (egg and spermatozoon) come from different individuals – and, since slugs naturally produce both types of gametes, the two organisms will play the “male” and the “female” roles.
 

    Most plant species are hermaphrodite. If you look at a flower and see the anthers full of pollen and, among them, a small ramification with a different tip, which we call stigma, you are probably before a hermaphrodite organism (see picture below). Plants are not able to move to look for a reproductive partner – they depend on pollinators or on the wind for sexual reproduction. Thus, hermaphroditism is a particularly big advantage when there are no pollinators available or when the species is rare, which makes it even harder for the pollinator to take pollen from one plant to the other. [2]

Hermaphrodite flowers with focus on the female reproductive structure that receives pollen (stigma) and the male structure that produces pollen (anther).


    Among vertebrates, only fish have been discovered to be hermaphrodite. The species called Hypoplectrus nigricans, also known as black hamlet (see picture below), inhabits coral reefs close to Central America and is hermaphrodite [3]. Differently from slugs, this fish is not capable of self-fertilization, so an individual is not able to reproduce by itself.


Photo: Burek, Joyce/Frank (source: http://www.fishbase.org/)

    Just as all bony fishes, black hamlet makes external fertilization. You can know more about this kind of fertilization by reading the box. In most fish species, the male does a mating dance in order to stimulate the female. However, the black hamlet’s dance is done by the individual who will initially play the “female role”, showing that it has mature eggs, that is to say, eggs that are ready for fertilization. After this ritual of “courtship”, several fertilization events happen in a sequence. In each event, one of the individuals releases a part of its female gametes, and the other one, a part of its male gametes, in order to form eggs. In each fertilization, both fish alternate the male and the female roles, and they usually stay with the same partner until they have released all of the produced gametes.
 

    You may be wondering, if the fish use to stay with the same partner until the end of the fertilization events, why go through all this trouble of alternating roles? The production of female gametes costs a lot more energy than the production of spermatozoon. Hence, acting as both a female and a male guarantees a more balanced expense of energy. So alternating functions (male/female) throughout the reproduction process reduces the chances that one of the fish will cheat and act only as a spermatozoon donator, saving more energy than its partner does.
 

    All the cases presented here concern simultaneous hermaphroditism, which means that an individual is both male and female at the same time. There are also sequential hermaphrodites, which are able to change sex throughout their lives. Do you want to know more about what these animals are and how this occurs? Look forward to the last article of the series! 

Box
Types of fertilization: internal and external.

   Most fish produce eggs to reproduce – which is the combination of female + male gametes. These eggs can form inside the body of the mother, as it happens with some sharks, or in the water where the animals meet.
   Internal fertilization occurs when the male introduces spermatozoon in the female’s body, where the embryos form. Besides sharks, several animals do internal fertilization, such as birds and mammals (including us, humans). When the eggs form outside of the mother’s body, we call this external fertilization. In this case, male and female meet and release their gametes in the water. These gametes meet and form the embryos. This kind of fertilization is also observed in amphibians, such as frogs and tree frogs.
 
Written by Patricia Sanae Sujii
Translated by Thomaz Offrede

References:
[1] Lehtonen, J., Jennions, M. D., & Kokko, H. (2012). The many costs of sex. Trends in ecology & evolution, 27(3), 172-178.

[2] Bawa, K. S., & Beach, J. H. (1981). Evolution of sexual systems in flowering plants. Annals of the Missouri Botanical Garden, 254-274.

[3] Fischer, E. A. (1980). The relationship between mating system and simultaneous hermaphroditism in the coral reef fish, Hypoplectrus nigricans (Serranidae). Animal Behaviour, 28(2), 620-633.

  

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Lúpus - Conhecendo a doença

Nas últimas semanas foi divulgada uma notícia na internet sobre a descoberta da cura da doença lúpus por pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Liderados pela pesquisadora Dra. Laurence Morel, o novo estudo foi publicado na revista americana Science Translational Medicine e os resultados apresentados mostraram-se muito promissores. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa doença?
O Lúpus, tembém conhecido como LES (Lúpus eritematoso sistêmico), é uma doença auto-imune rara que afeta diversos órgãos e sistemas levando à perda da tolerância imunológica. Na prática o que ocorre é um desequilíbrio do sistema imunológico, levando-o a atacar o próprio organismo, como faria com um vírus ou bactéria que infecta nosso corpo. Essa doença é mais frequente em mulheres jovens e, por apresentar múltiplas formas de manifestação clínica, seu diagnóstico é difícil.
Classificado como uma doença crônica, o Lúpus evolui com períodos de atividade da doença intercalados por períodos em que o paciente apresenta pouco ou nenhum sintoma. Entre os sintomas estão fadiga, febre, dor nas articulações, dificuldades para respirar, dor no peito, dor de cabeça, queda de cabelo, desconforto geral, ansiedade e mal-estar. Por isso, pode haver uma confusão em relação ao diagnóstico na doença, visto que os sintomas são semelhantes aos de diversas outras doenças.
Na tentativa de facilitar o diagnóstico do Lúpus, a Colégio Americano de Reumatologia propôs em 1971 alguns critérios que visavam facilitar a detecção da doença. Todavia até hoje os médicos encontram dificuldades para caracterizá-la, indicando tratamentos para outras doenças. Este fato é gravíssimo, pois o paciente com Lúpus precisa do tratamento correto o quanto antes, principalmente no início da doença, para não ter os sintomas agravados.
E o tratamento do paciente? Por ser uma doença crônica, até o momento não existe uma cura para a doença. O tratamento é realizado através da administração de cortisona, um hormônio esteroide que ajuda no controle das dores, pela capacidade anti-inflamatória. Os corticoides modernos não apresentam efeitos colaterais, como os antigos, que levavam ao aumento da pressão e alta retenção de sal e água no organismo.
Graças aos avanços da tecnologia e da ciência, muitos pesquisadores vêm trabalhando para encontrar a cura de diversas doenças. No caso do Lúpus, a pesquisa da Dra. Morel apresentou bons resultados. O fato que mais chamou a atenção foi a combinação de dois inibidores metabólicos que, juntos, levaram a um retrocesso da doença. Isto sugere que os inibidores metabólicos podem ser uma saída para o tratamento dos pacientes.
Estes resultados são muito animadores! Descobrir uma via de retroceder a doença abre um leque de possibilidades para os próximos anos e serve de base para novos estudos promissores para a doença. É preciso ressaltar que é um processo demorado: da pesquisa científica ao produto no mercado levam-se alguns anos. Porém, é um resultado para ser comemorado. Enquanto isso, existem medicamentos e tratamentos que ajudam no controle da doença, levando maior qualidade de vida aos portadores  de Lúpus.
Para saber mais sobre a doença:

Por Nathalia Brancalleão
Contato: nathalia.brancalleao@usp.br
Referências Bibliográficas:
Sato, E. I., & Leser, P. G. (2001). Lúpus eritematoso sistêmico. Prado F C. Atualização Terapêutica, 1382-7.

Sato, E. I., Bonfá, E. D., Costallat, L. T. L., Silva, N. A. D., Brenol, J. C. T., Santiago, M. B., ... & Vasconcelos, M. (2002). Consenso brasileiro para o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Rev Bras Reumatol, 42(6), 362-70.

Lupus – getting to know the disease!


            In the last few weeks, it has been announced that researches from the University of Florida, in the USA, have discovered the cure for the lupus disease. The new study, whose main author was the researcher Dr. Laurence Morel, was published in the American journal Science Translational Medicine, and its results were very promising. Shall we get to know a little bit about the disease?
            Lupus, also known as SLE (systemic lupus erythematosus), is a rare autoimmune disease that affects several organs and systems and leads to the loss of immune tolerance. What actually occurs is an imbalance of the immune system, making it attack its own organism, as it would do with a virus or a bacterium infecting our body. This disease is more frequent in young women and, since it has many different ways of clinical manifestation, it is hard to make the right diagnosis.
            Classified as a chronic disease, lupus develops both in periods of activity of the disease and in periods in which the person presents few or no symptoms. Among the symptoms are fatigue, fever, joint pain, trouble to breathe, chest pain, hair loss, general discomfort, anxiety and malaise. These symptoms are similar to those of many other diseases, which may be misleading to the diagnosis.
            In the attempt of making it easier to make lupus’ diagnosis, the American College of Rheumatology proposed, in 1971, some criteria that ought to help one detect the disease. However, to this date, doctors find it hard to define it properly, pointing out treatments to other illnesses. This is a very serious problem, since the patient who has lupus needs the right treatment as soon as possible – especially in the beginning of the disease, so that the symptoms will not become worse.
            And what about the treatment? Because it is a chronic disease, there was no cure for it until now. The treatment was made by giving cortisone to the patient, a steroid hormone that helps control pain due to its anti-inflammatory capacity. Modern corticoids do not present side effects, as the old ones did – they led to high pressure and high retention of salt and water in the organism.
            Thanks to the progress of science and technology, many researches have been working to find the cure to several diseases. As for lupus, Dr. Morel’s research has shown good results. The most interesting fact was the combination of two metabolic inhibitors that, together, led to a regression of the illness. This suggests that metabolic inhibitors may be a solution for the treatment of these patients.
            These results are very encouraging! Discovering a way to make the disease recede opens a whole range of possibilities for the next years and serves as a basis to new promising studies. We need to point out that this is a slow process – it takes a few years to go from scientific research to product in the market. Nonetheless, this is a result to be celebrated. Meanwhile, there are medicines and treatments that help control the disease, bringing a better quality of life to those who have lupus.
If you want to know more about the disease (in English):
(in Portuguese):
http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/197332/mod_resource/content/1/Texto%20LES%204o%20ano.pdf

Written by Nathália Brancalleão
Translated by Thomaz Offrede

References:
Sato, E. I., & Leser, P. G. (2001). Lúpus eritematoso sistêmico. Prado F C. Atualização Terapêutica, 1382-7.

Sato, E. I., Bonfá, E. D., Costallat, L. T. L., Silva, N. A. D., Brenol, J. C. T., Santiago, M. B., ... & Vasconcelos, M. (2002). Consenso brasileiro para o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Rev Bras Reumatol, 42(6), 362-70.